domingo, dezembro 14, 2008

A virada

“Folha de São Paulo, 30/11/2007 – Para psicóloga, o atual modelo de ensino está falido; escola se preocupa que alunos aprendam conteúdo em vez de priorizar o conhecimento. ‘Qualquer coisa é melhor que a escola formal de hoje; pior do que está não fica’”. Este é o depoimento da psicóloga Rosely Saião, consultora em educação, para a Sabatina da Folha. Eu não sou tão otimista quanto Rosely, pois, como diz o ditado, nada está tão ruim que não possa piorar. Mas não sou adepta da política da terra arrasada. A escola, apesar de tantos desmandos e precariedades, tenta cumprir sua missão, tenta mudar, tenta se renovar e criar soluções para toda a gama de problemas que precisa enfrentar.
O avanço tecnológico e o processo de globalização foram fatores determinantes para mudanças na sociedade e nas relações humanas em diversos níveis. O professor precisa compreender tais mudanças, vivenciá-las e da melhor maneira possível, conectar-se ao mundo da informação, da comunicação e do conhecimento.
Neste novo espaço, virtual e real, surge a necessidade de novas redes de conhecimento e de acesso à informação. Para este novo espaço se constituir nas escolas são imprescindíveis a modernização (implantação da infra-estrutura) e a mudança pedagógica(novos paradigmas educacionais).
Num conto de José Saramago, um homem procura uma ilha desconhecida, sonha com ela e deseja encontrá-la. O interessante é que, por ser desconhecida, ele não pode descrevê-la, nem indicar seu caminho, nem encontrá-la no mapa: ela é desconhecida! Precisa enfrentar os incrédulos, precisa de um barco, precisa de marinheiros e de companhia...
Nós professores também procuramos algo, não sabemos como é pois não conhecemos, não podemos descrever, pois nunca vimos, não sabemos como encontrar, pois seu caminho não está em nenhum mapa. Sabemos que não podemos dizer, mas desejamos alcançar. Uma escola desconhecida, que não está nos livros, nem na memória, mas que ainda existe para ser construída, conhecida, descoberta.

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