quinta-feira, outubro 15, 2009

Pistas da Coesão

Para aplicar a atividade, a turma 62 novamente foi dividida em dois grupos: um grupo se dirigiu ao EVAM e iniciou o trabalho de leitura e interpretação a partir da história em quadrinhos da Turma da Mônica, em um documento de texto, enquanto o outro grupo ficou em sala com o professor regente, com a mesma proposta de leitura e interpretação, sem o apoio da informática.
A primeira pergunta foi sobre a ordem dos quadrinhos, de acordo com os acontecimentos da história. Quatro grupos ordenaram de uma forma e um outro grupo atribuiu uma ordem nova para a história.
Logo após, os alunos responderam em grupos um questionário sobre a leitura e apresentaram boa percepção do encadeamento necessário para que a história tivesse coerência. Os elementos da HQ foram reconhecidos, como os recursos gráficos, e os elementos que sugerem antecipação de acontecimentos para o leitor, como o caso da mão do Cebolinha ou a expressão do rosto da Mônica.
As questões ortográficas foram facilmente resolvidas com o recurso de correção do programa de edição de textos. Ao identificar o sinal de incorreção (sublinhado em vermelho), os alunos já tentavam corrigir a palavra assinalada, conversando com o grupo sobre a escrita correta.
Elementos de ligação e de continuidade foram devidamente identificados e, para o momento da oralização, a utilização dos conectores mereceu destaque.
Em um segundo momento, os alunos foram convidados a escrever a história da brincadeira do Cebolinha, em sala de aula, com o professor regente. A produção de textos foi avaliada principalmente nos elementos de coerência e coesão, como o uso dos conectores e dos elementos de referenciação e substituição lexical.
Foi possível identificar a presença de dificuldades ortográficas nos textos produzidos em sala. Entretanto, os alunos se preocuparam em utilizar os conectores com propriedade, atentando tanto para o sentido quanto para a progressão e o encadeamento dos fatos narrados.
As repetições foram observadas como fator de colaboração na construção do sentido do texto, dentro de uma visão articulada entre informações novas, referenciações, substituições e progressão semântica.
Foi possível perceber que os alunos conseguiram identificar a importância do uso de elementos específicos para a construção da estrutura do texto, bem como foram capazes de utilizá-los adequadamente em suas produções.

Atividade aplicada em 30/09/2009, com a turma 62.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Elaborando Mapas Conceituais

Para trabalhar com mapas conceituais, o grupo responsável pelo capítulo 14 utilizou o programa Cmaptools para, em conjunto, construir graficamente um mapa relacionando os conceitos principais apresentados no texto. A turma ficou muito interessada em como funciona o programa.
Ele está disponível para download no site http://cmap.ihmc.us/download/
Logo abaixo, as fotos da atividade e o mapa construído.



segunda-feira, outubro 12, 2009

Intertextualidade

Para aplicar a atividade, a turma 62 foi dividida em dois grupos: um grupo se dirigiu ao EVAM e iniciou o trabalho de leitura e interpretação a partir da leitura e da exploração de recursos multimídia, enquanto o outro grupo ficou em sala com o professor regente, com a mesma proposta de leitura e interpretação, sem o apoio da informática ou multimeios (o professor utilizou o recurso de um mapa mundi para localização geográfica da cidade de Istambul).
A primeira pergunta sobre o significado da palavra Istambul causou-nos surpresa: nenhum aluno tinha qualquer conhecimento sobre esta cidade ou sua localização.
Para desenvolver o trabalho no EVAM, foi criada uma página colaborativa (um wiki), para suporte dos recursos audiovisuais e para o registro escrito dos resultados alcançados pelos grupos.



http://alunostrabalhando.pbworks.com/gestar_II

Além de uma conversa inicial sobre o tema e índices textuais, a página foi apresentada como um recurso de construção colaborativa para a atividade do grupo. Além dos textos, ainda estavam disponíveis nesta página um link para um vídeo sobre Istambul e um clipe da música Comida, dos Titãs. Para os registros do grupo, um link (Registro) encaminhava para as páginas de cada grupo, as quais já apresentavam as questões para debate e respectivo registro.

Após assistir aos vídeos, os alunos conversaram e perguntaram sobre as ferramentas e sobre o assunto do texto, entretanto, o excesso de informações não permitiu um detalhamento das questões textuais. A relação entre os dois textos ficou muito evidente e os alunos concluíram oralmente aquilo que era esperado.
Outro recurso da web foi utilizado, o Google mapas. A partir do nome da cidade de Istambul, os alunos seguiram o passo a passo e a localizaram no mapa mundi apresentado pelo site de busca. Logo em seguida, os alunos usaram os recursos de aproximação e navegação que o site oferece e logo começaram a explorar com interesse a ferramenta.
Ao terminar seus registros na página colaborativa, os alunos voltaram para a sala de aula e reencontraram seus colegas que haviam ficado com o professor e foram convidados a responder as questões referentes à interpretação dos textos. Em sala, não acompanhei o trabalho, mas o professor regente relatou que os alunos chegaram muito motivados do EVAM e confiantes para responder as questões.
Durante a avaliação do trabalho escrito, foi possível perceber que os elementos referentes aos recursos lingüísticos apresentam uma utilização muito irregular, em ambos os grupos existem tanto alunos com ótimo desempenho quanto apenas razoáveis. São notáveis as mesmas dificuldades de expressão, os mesmos usos indevidos de pontuação ou problemas com a ortografia. Quanto à relação entre textos diversos na forma e com pontos convergentes na temática, foi possível perceber que os alunos já fazem estas conexões, alguns com esta competência desenvolvida e outros que ainda necessitam da mediação do professor.


Atividade aplicada em 16/09/2009, com a turma 62.

Análise do filme Narradores de Javé 1








A palavra tecida a partir de uma multidão de fios ideológicos,
serve de trama a todas as relações sociais em todos os domínios.
(Mikhail Bakhtin)

O enredo de Narradores de Javé não é linear, isto é, não segue uma seqüência cronológica, desenvolve-se descontinuamente, com retrospectivas, cortes e com rupturas do tempo em que se desenvolvem as ações.
O tempo cronológico mistura-se ao psicológico, da duração das vivências das personagens. O espaço exterior se mistura aos espaços interiores (memória e imaginação das personagens).
Por conta disto, as mudanças de cenário acompanham as situações vividas pelas personagens, nos diferentes espaços e tempos.
No início, um contador de causos encontra sua platéia, às margens de uma represa, num ponto de travessia. Este cenário é visitado regularmente durante o filme, pois os interlocutores, de tempos em tempos, trocam impressões e debatem os fatos narrados. Já o cenário do causo própriamente dito, é uma comunidade muito pequena, perdida no sertão nordestino, chamada Vale de Javé. Neste cenário agreste, a odisséia do povo guerreiro de Javé começa a ser contada, e recomeça quando menos se espera. O causo, a narrativa vinculada a oralidade e a tradição, dá vida a esta história que tem a intenção de rememorar o passado.
Já na abertura do filme, as letras e os sinais de pontuação recebem destaque. Dançam, se encontram, interagindo também com outros objetos (tesoura, sinuca...). Até ideogramas aparecem para compor a idéia de mosaico de que seria apresentada no filme. Esta questão do letramento é abordada de diferentes formas durante a narrativa: na fala das personagens - “Eu que não sou das letras(...)”, nas divisas cantadas, na ideia de fazer um “trabalho científico”, até na ironia da placa pregada na soleira da porta do escrivão Antônio Biá – “Proibida a entrada de analfabetos”.
Excluído da sua comunidade, por ter se aproveitado de seu cargo e posição social para receber vantagens. Neste caso, escreveu cartas que, além de difamar a todos da comunidade, eram exageradamente mentirosas. A ira da comunidade, basicamente formada por analfabetos, levou Antônio Biá a viver bêbado e isolado de todos. O caráter desonesto de Biá reaparece quando o barbeiro oferece propina para aparecer como um dos destaques na história de Javé, e Biá aceita, sem pestanejar. Em alguns aspectos, Biá lembra um pouco Macunaíma – o herói brasileiro por excelência, o herói sem nenhum caráter.
Características de personagens da literatura de cordel também compõem a personalidade de Antônio Biá. Assim como João Grilo, por exemplo, Biá apresenta uma fina ironia, acidez nas críticas e uma falsa erudição, denunciada no uso de expressões como lembranças javélicas ou gróticas, históricas ou pré-históricas.
Apesar de tudo, Antônio Biá é visto como o único que poderá ajudar o povo de Javé, registrando em livro a história gloriosa de Javé. O livro é chamado, inclusive, de o Livro da Salvação. Ele deve transcrever a Odisséia de Indalécio e Maria Dina, além de recuperar detalhes, marcas e provas, para tornar científico o seu registro.
A tradição oral em Narradores de Javé é apresentada não só nas histórias dos mitos de criação da comunidade, mas também nas variações deste mito. Ao aparecer ora como homem, ora como mulher, sertanejo ou ex-escravo, Indalécio reencarna a questão do mito que se transforma através da oralidade do povo que o perpetua em seu imaginário.
Os ditados populares, marcas da cultura oral, também aparecem no filme: “Quem muito fala, dá bom dia a cavalo.” Aliás, as citações de Antônio Biá talvez sejam a única ligação da comunidade de Javé com a cultura letrada ou contemporânea: Clonado em miolo de pão, Einstein ou Santo Agostinho, saionara, formiga ninja, habeas corpus com corpus cristi, entre outras.
Biá é homem que “só sabe escrever a lápis”. Entretanto, escritor criativo, é capaz de “melhorar” algum trecho da narrativa e de criar imagens como o “mar de bois” ou soluções para o roteiro como “sapatos” para o boi roubado. Para a comunidade, entretanto, o que entendiam de histórias escritas se restringia a ver que a mão deveria se mexer sobre o papel, para que algo estivesse realmente sendo escrito.
Assim com Biá levou ao povo de Javé a possibilidade de ter contato com o conhecimento através da leitura e das trocas realizadas entre letrados e não-letrados, o professor, em sala de aula, também será o condutor dos alunos tanto à literatura quanto a cultura contemporânea. Será ele, inicialmente, um escrivão, mas deverá promover seus alunos também a pequenos escritores, sujeitos em seu lugar histórico, capazes de transformá-lo através de seu discurso e intervenções no contexto social.

Ampliando as referências

Ampliando nossas referências – p. 129 a 132 – TP 3
1.Diga, de forma resumida, como a dimensão temporal aparece nos tipos descritivo, narrativo e dissertativo.
Na descrição os fatos são simultâneos, não há relação de anterioridade ou posterioridade, nem progressão de um estado para outro. Na narração as transformações de estados vão ocorrendo progressivamente (percurso narrativo) há uma sequência cronológica das ações. Na dissertação a referência do mundo real se faz através de conceitos amplos, abstraídos do tempo e do espaço, não há progressão temporal, ainda que os enunciados mantenham relações lógicas entre si.
2.Mostre como as ações aparecem nos tipos descritivo e narrativo. Ilustre com alguns exemplos.
Enquanto na descrição, os enunciados apresentam verbos que indicam ações e movimentos sempre simultâneos, na narração, os enunciados indicam passagem de um estado para um outro posterior.
Descrição: Eis São Paulo, às sete da noite. O trânsito caminha lento e nervoso.
Narração: Eis São Paulo, às sete da noite. Mas às nove, o panorama é outro: o trânsito vai diminuindo, os pedestres escasseando...
3.Caracterize os tipos textuais mais comuns – descrição, narração e dissertação – a partir de ações, propriedades, ideias, etc.
Na descrição, o enunciador, pelos aspectos que seleciona, pela adjetivação escolhida e outros recursos, vai transmitindo uma imagem negativa ou positiva daquilo que escreve.
Na dissertação, o enunciador do texto manifestaa explicitamente sua opinião ou seu julgamento, usando conceitos abstratos.
Na narração, a visão de mundo do enunciador é transmitida por meio das ações que ele atribui aos personagens, por meio da caracterização que faz deles uo das condições que vivem e, até mesmo, por comentários sobre os fatos que ocorrem.
4.Por que podemos dizer que a argumentatividade está presente em todos os tipos de textos?
Por que todos os textos passam pelo ponto de vista do autor, sua visão de mundo, traduzindo através da escolha das palavras sua intenção em produzi-lo.
5.Como aparece o ponto de vista crítico do autor nos tipos descritivo, narrativo e dissertativo?
Na descrição, o autor mostra através das palavras e recursos descritivos, escolhidos de acordo com uma intenção de valorização ou desvalorização do objeto. Na narração, o ponto de vista do autor está expresso através de seus personagens e da forma com veem o mundo. Na dissertação, o ponto de vista é explícito, ele julga e opina através da apresentação dos conceitos e suas implicações.

Como ensinar a produção de poemas?




1.Como ensinar a produção de poemas?
Em primeiro lugar o aluno precisa sentir o prazer de apreciar poemas. Encontrar a poesia no cotidiano e nos temas de seu interesse e em suas leituras identificar nos poemas a intenção do poeta em explorar esteticamente a palavra em suas produções.
Em segundo lugar o aluno deve resgatar suas experiências com jogos de palavras, brincadeiras com as rimas, canções e poemas de sua infância e no imaginário de sua comunidade. Este resgate valoriza a produção popular e facilita a compreensão das temáticas e da intenção comunicacional implícita em cada poema.
Ler e explorar bons poemas, mostrar o quão prazeroso é ler um bom poema e como é possível desvendar o que está implícito, o que está além das entrelinhas... Ao se sentir capaz de ler, compreender e apreciar, a impulso de produzir e usar este recurso tão expressivo e rico.
2.Há diferenças entre poesia e poema? Como explicar isso?
Poesia é um conceito estético, observável em diversos fenômenos tanto naturais quanto humanos, quando observamos a beleza, a simplicidade, o inusitado ou surpreendente. Um pôr-do-sol, uma manhã cinzenta, um sorriso de criança ou um olhar intenso, podem ser considerados impregnados de poesia... Já o poema é um gênero textual literário, com características próprias baseadas na sonoridade, na exploração estética das palavras, no uso das imagens poéticas, na forma e também em sua finalidade maior – que é proporcionar prazer aos leitores ou ouvintes.

3.Ler e selecionar um poema de autor contemporâneo, conhecido;
Se você for inventor invente ¹
Um creme
Que tire ruga
De pescoço
De tartaruga.
Um pente
Que penteie sozinho
Lombo
De porco-espinho
E um lenço
Forte bastante
Para assoar tromba
De elefante.
José Paulo Paes

4.Com base no trabalho realizado no encontro anterior, sobre a crônica de Moacyr Scliar – A pedagogia do crime – preveja etapas de leitura do gênero poético – escolhido por você no item anterior, para ser aplicado a alunos de uma(um) série/ano do Ensino Fundamental.
Etapas de leitura:
Trabalho desenvolvido através da leitura da obra Lé com cré, de José Paulo Paes, com especial interesse para o poema Se você for inventor invente para uma turma de 6ª série.
Levar para os alunos alguns livros de poesias para que apreciem livremente, dentre eles, alguns de José Paulo Paes.
Após a leitura, os alunos podem escolher alguns poemas que podem ser lidos para os colegas. Destacar em uma pequena lista o nome dos autores citados.
Cada dupla de alunos é convidada a registrar em um pequeno cartão, sua resposta para a pergunta: O que é um poema?
Em outro cartão, escrever um verso que tenha chamado sua atenção nas leituras (chamar a atenção para conceitos como verso, estrofe, rimas...).
Conversar com os alunos sobre suas respostas, apontando os conceitos principais.
Conversar com os alunos sobre José Paulo Paes, ver o que conhecem sobre ele, quem leu algum poema dele na atividade inicial, o que gostariam de saber sobre ele.
Perguntar para os alunos o que significa Lé com cré, qual sua compreensão sobre esta expressão, observar o jogo com a rima, lembrar outras brincadeiras que usem este recurso: (Lé com lé, crê com crê – ditado popular).
Ler com os alunos alguns poemas do livro Lé com crê.

Distribuir para os alunos cópias do poema :
Se você for inventor invente
Um creme
Que tire ruga
De pescoço
De tartaruga.
Um pente
Que penteie sozinho
Lombo
De porco-espinho
E um lenço
Forte bastante
Para assoar tromba
De elefante.
José Paulo Paes
Pedir que alguns alunos leiam o poema oralmente e, se quiserem, o decorem para a próxima aula.
Pedir que os alunos criem versos que desafiem os inventores “mais malucos”, seguindo o título do poema: Se você for inventor invente...
Pesquisa – Procurar informações sobre o poeta José Paulo Paes, a fim de responder todas as dúvidas sobre o autor. Criar um mural e procurar na biblioteca os livros deste poeta.

Referência Bibliográfica
¹ PAES. José Paulo. Lé com crê. Ed. Ática. São Paulo. 6ª Edição. 1997.

Leitura das diversas disciplinas

Gestar II – Português
Cristina Domingues Lemos

Atividade para 16/07/09 – Resumo dos textos Leitura nas diversas disciplinas I e II
Leitura nas diversas disciplinas I – (Heloisa Amaral)
O ensino está intimamente ligado a leitura, seja ela realizada diretamente pelo aluno ou através do depoimento do professor, que faz a transposição dos conceitos suas relações. Para o professor, tal habilidade é constituída através da didatização do conhecimento acumulado pela escrita em sua disciplina.
De qualquer forma, a leitura será utilizada para introduzir ou complementar assuntos das aulas, antes ou depois de explicações, através de textos escritos, imagens, gráficos entre outros.
Assim, gêneros próprios de cada uma das matérias precisam ser trabalhados nas aulas, a fim de desenvolver a capacidade de leitura, de compreensão dos diferentes gêneros. Textos literários, enunciados de problemas, gráficos ou textos de História apresentam diferenças, particularidades e conhecimentos específicos que precisam ser compreendidos pelos alunos, além dos conceitos de cada disciplina e as relações entre eles.
Ler é uma competência indispensável para a aprendizagem em cada uma das áreas e precisa ser ensinada, tanto em relação à natureza dos textos, quanto à capacidade de leitura desenvolvida pelos alunos.
Basicamente, é preciso compreender a natureza dos gêneros textuais em sua situação particular de produção, assim como sua condição histórica. Esta capacidade precisa ser desenvolvida em qualquer disciplina. Para tanto, o professor deve preparar atividades específicas, considerando alguns aspectos: o aluno deve ser um leitor ativo, isto é, a leitura é uma situação de interlocução; o aluno deve compreender o que lê, através da ativação de capacidades de leitura; o aluno deve ser capaz de identificar o texto como discurso, isto é o autor diz alguma coisa aos seus prováveis leitores, com alguma intenção.
Cabe aos professores interferir diante da leitura de seus alunos, para que desenvolvam ao máximo sua competência de leitura.
Leitura nas diversas disciplinas II – (Heloisa Amaral e Roselene dos Anjos)
O professor precisa trabalhar para desenvolver capacidades de leitura específicas para cada área do conhecimento. Para isto, precisa ver a leitura não apenas como decifração das letras, mas também como discurso.
Esta concepção está baseada na ideia de que a língua além de código é também discurso e, a partir disto, considera elementos como a interlocução, isto é, o diálogo entre sujeitos sociais, em diferentes situações comunicacionais em diversos contextos históricos.
É imprescindível que os professores das diversas disciplinas compreendam que diferentes formas de comunicação são expressas através de diferentes gêneros textuais e que sejam capazes de introduzir tais conceitos aos seus alunos que, como leitores iniciantes, podem considerar indecifráveis alguns destes gêneros. Assim, ao professor cabe a tarefa de instrumentalizar seus alunos para a competência de leitura.
Entre estas ferramentas, é possível destacar alguns aspectos: a leitura é uma situação de efetiva interlocução e, portanto, o aluno deve estar preparado para esta interlocução, com a compreensão do vocabulário, por exemplo; o contexto de produção do texto precisa ser recuperado, através da compreensão de que os conhecimentos presentes no texto representam conceitos constituídos através de um processo de construção histórica, fruto das necessidades humanas; as finalidades das atividades de leitura devem estar claras para os alunos, pois para diferentes ocasiões são necessárias diferentes formas de linguagem.
Algumas estratégias podem favorecer o desenvolvimento de capacidades gerais de leitura. Na perspectiva da decodificação, leitura para o aluno, com o aluno e pelo aluno, desenvolvendo a fluência (segmentos de texto, ritmo de leitura) e a localização e reprodução de informações. Na perspectiva da compreensão, atividades pré-leitura, ao longo da leitura e pós-leitura são aplicadas com objetivos diferentes:
- Antes de ler é importante ativar o conhecimento de mundo do aluno, através de discussões sobre o tema, antecipar conteúdos ou propriedades dos textos e checar hipóteses.
- Ao longo da leitura é preciso comparar informações, ter uma compreensão global do texto, explorar o vocabulário no contexto e explorar informações implícitas.
- Após a leitura é necessário que se explore a intertextualidade temática e se identifique os tipos de discursos usados. Além disto, a generalização através da retomada e da análise do texto auxilia o aluno a tirar suas próprias conclusões.

Projeto - o início...

Projeto desenvolvido pelo grupo de professores da E.M.E.F. Prof. João Carlos Von Hohendorff – Profª Ana Amélia, Ricardo e Cristina
Proposta de integração dos professores da disciplina de Língua Portuguesa e dos professores do EVAM (Espaço Virtual de Aprendizagem e Multimídia) e Biblioteca.
Turmas envolvidas: 6ª, 7ª e 8ª
Temática – O desenvolvimento da Competência Textual (Leitura e Produção) a partir dos recursos das Tecnologias digitais.
Problemática – Considerando os índices alcançados pelos alunos nos processos avaliativos realizados pelo MEC e os resultados observados em sala de aula pelos professores através de seus instrumentos de avaliação nas aulas tanto de Língua Portuguesa quanto de outras disciplinas, além da dificuldade evidente dos alunos em habilidades básicas de leitura e escrita de textos de gêneros diversos, como promover a competência textual de Leitura e de Escrita dos alunos de sextas, sétimas e oitavas séries a partir dos recursos das Tecnologias Digitais?

Gêneros Textuais: Do intuitivo ao sistematizado

Relatório de aplicação de atividade:
Unidade 9 – Gêneros textuais: Do intuitivo ao sistematizado
Caderno AAA3: Aula 1 – Reconhecendo gêneros textuais. (p. 15 a 19)
Data da aplicação: 26/06/2009 - Série: 7ª – turma 71
Em relação ao reconhecimento dos gêneros textuais, os alunos os reconheceram facilmente. Através de índices textuais como a data e dos sentimentos expressos pelo autor através da narrativa de fatos do seu dia, os alunos foram capazes de identificá-los como elementos integrantes da estrutura textual do gênero diário.
Sobre o anúncio, o reconhecimento ocorreu a partir da observação inicial do texto, apenas através de índices textuais como o slogan, a imagem e os patrocinadores. Com a leitura detalhada, tornou-se fácil classificar os dois gêneros: diário e propaganda. O gênero diário é um gênero acessível a todos os alunos, que em algum momento já escreveram seu próprio diário ou tiveram em mãos o diário de alguém.
É possível perceber que os alunos identificam os diferentes gêneros, embora não tenham sistematizado este conhecimento intuitivo. As perguntas a serem respondidas individualmente foram facilmente realizadas a partir da leitura oral e da compreensão coletiva do texto.
A discussão sobre alguns elementos da propaganda – como por exemplo, o nome escolhido (Rosicleide) e a imagem apresentados no anúncio – facilmente foram identificados e relacionados à intenção comunicacional do autor do anúncio. Já as relações semânticas entre alguns elementos como o slogan “Brasil, um país de todos” e outras ideias apresentados no corpo do texto publicitário, não foram percebidos pela maioria dos alunos, muito menos apareceram expressas em suas respostas (questão 6). Estas relações que vão além das análises superficiais ou factuais exigem uma reflexão maior do leitor e, por conseguinte, uma capacidade de interpretação maior, que dificilmente é observada na maioria dos alunos.
O momento do registro das respostas pelos alunos revelou alguns dos principais problemas dos alunos: ortografia, pontuação e, principalmente, construção coerente dos argumentos que fundamentariam suas respostas.
A partir desta atividade inicial, alguns desdobramentos estão previstos: a) pesquisar na turma e na família informações sobre a prática de escrever diário; b) em grupos, analisar e relatar alguns aspectos referentes à construção de gêneros textuais distintos, bem como seus constituintes mais significativos.

Sobre o Portfólio de Aprendizagens

Encontro do dia 18/06/2009
Orientações sobre o Portfólio. Definição dos critérios de avaliação.
O portfólio deve ser usado como ferramenta de organização e recuperação de informações sobre o processo de avaliação. Sob o novo enfoque da aprendizagem como processo contínuo e de produção do novo (pelo menos para o sujeito), constitui-se então o sujeito ativo e reflexivo como fonte da aprendizagem. Reflexão, metacognição e tomada de consciência, estes são conceitos importantes para um novo paradigma de avaliação.
A partir disto, o professor assume o papel de observador implicado, problematizador, buscando autonomia intelectual e moral dos sujeitos e a cooperação entre o grupo. Assim, portfólio possibilita o registro de planejamento, as análises sobre a eficácia e os desencontros na execução dos planejamentos e suas reflexões.
Portfólio de avaliação é uma importante ferramenta de avaliação, pois permite uma prática reflexiva e registra avanços, limitações e também possibilita a autoavaliação. É um processo contínuo, cumulativo e formativo.
É importante destacar que o projeto Gestar II apresenta uma proposta sócio-interacionista, capaz de estreitar os vínculos entre professores e alunos, envolvendo toda a comunidade,considerando sempre a sala de aula como origem e efetivação do processo de aprendizagem.
Neste novo paradigma, o professor é um mediador, autônomo e capaz de manter sua autoestima mesmo em situações adversas.
Tarefas:
Debate sobre o papel do professor, a partir de filmes e apresentações de slides. Trabalho em grupo sobre gêneros textuais.
Proposta de trabalho sobre gêneros textuais para aplicação com os alunos. Primeira transposição didática com o objetivo inicial de reconhecer o conhecimento intuitivo dos alunos sobre alguns dos gêneros apresentados nos cadernos de apoio a aprendizagem.

Projeto Gestar II - Encontros

Encontro do dia 04/06/2009
Divulgação do Seminário sobre o Ensino da Língua, realizado na FEEVALE, patrocinado pela Prefeitura Municipal de São Leopoldo, para os professores de Língua Portuguesa atuantes nas escolas municipais.
Recebimento do material de estudos para os professores cursistas (cadernos de estudos e atividades). Análise do material.
Alguns encaminhamentos importantes:
Construção do Portfólio.
Temas – leituras, definição de um problema, definição do projeto, revisão de alguns fundamentos teóricos.

Portfólio de Aprendizagens

Projeto Gestar II -
Registro do encontro do dia 23/05/2009
Reunião para apresentação da equipe e do Projeto Gestar II.
Vídeo – O saber e o sabor.


Memórias da Escola – Relação Professor X aluno X família.
Algumas questões anotadas a partir deste encontro:
O que é mais urgente?
O que é mais importante?
O que os alunos esperam?
Se os alunos não são mais os mesmos, quem são nossos alunos?
Que vozes estão ocupando o espaço discursivo na escola?

domingo, outubro 11, 2009

Autorretrato

1. Qual a sua lembrança de infância mais remota?
Lembro nitidamente de uma boneca Susi que ganhei de Dia das Crianças.
2. Qual seu maior ídolo na adolescência?
O jogador de vôlei Renan.
3. Onde você passou as suas férias inesquecíveis?
Na praia de Bombinhas, com toda família.
4. Qual a sua idéia de um domingo perfeito?
Dormir até tarde, sair para passear sem compromisso, conversar e tomar chimarrão.
5. O que faz para espantar a tristeza?
Assistir a um dvd do Nando Reis que eu adoro.
6. Que som acalma você?
Barulho de chuva.
7. O que dispara seu lado consumista?
Livros poket.
8. Qual a palavra mais bonita língua portuguesa?
Felicidade.
9. Que livro você mais cita?
“As cousas são não tem significação: têm existência/As cousas são o único sentido oculto das cousas”... Poemas de Fernando Pessoa.
10. Que filme você sempre quer rever?
Gigante, como o Inter conquistou o Mundo.
11. Que música não sai da sua cabeça?
“Fly me to moon”, com o Sinatra.
12. Um gosto inusitado.
Ver futebol na televisão.
13. Um hábito de que você não abre mão.
Dormir até mais tarde, sempre que dá.
14. Um hábito de que você quer se livrar.
Trabalhar demais.
15. Um elogio inesquecível.
Uma aluna que escolheu ser professora inspirada por meu exemplo. Encontrei-a depois de quinze anos e ela fez questão de me falar, com orgulho.
16. Em que situação vale à pena mentir?
Não sei.
17. Em que situação você perde a elegância?
Com gente mal educada.
18. Em que outra profissão consegue se imaginar?
Fotógrafa.
19. O que você estará fazendo daqui a 10 anos?
Estudando, ensinando, amando, aproveitando a vida...
20. Eu sou... gente.